segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Mas é Carnaval...
O bloco passava animado, carregando atrás de si os inúmeros super-heróis, havaianas, bate-bolas, pierrots, arlequins e colombinas.
Eram pessoas de todas as idades, desde crianças jogando serpentinas e espumas para o alto, até adultos cantando e dançando por toda a rua.
As marchinhas e sambas antigos embalavam os casais de namorados e, também, os recém formados.
Entretanto, ela encontrava-se sozinha. Não literalmente, já que estava rodeada por alguns amigos e inúmeros desconhecidos. Mesmo assim, sentia-se a deriva em um mar de gente. Deixava-se levar por esta maré, procurando encontrar em cada um dos rostos que passavam as feições daquele que a fazia sentir-se tão só naquele momento. Sabia que era em vão, uma vez que ele estava a quilômetros de distância.
Foi quando ouviu o puxador do bloco cantar:
-Diga, espelho meu, se há na avenida alguém mais feliz que eu!
Sorriu ao pensar na resposta e resolveu que dali pra frente não deixaria que ela fosse tão clara para os outros.
Mesmo que em seu íntimo estivesse abandonada em sentimentos aguntiantes, restava a doce foliã pular e curtir o carnaval, esperando a chegada da quarta-feira de cizas, quando todos voltariam ao mundo real e ela iria em busca do seu próprio carnaval.
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