terça-feira, 24 de junho de 2008

Fim de Realacionamento

- Alô, Rosana? É o Paulo, de novo. - Olá, Sr. Paulo! - Por favor, já pedi pra você me chamar só de Paulo. - Desculpe. É o costume e o respeito que sempre tive por você. - Tudo bem. To ligando pra dizer que já pensei bastante e já tenho a sua resposta... - É mesmo? E o que você decidiu? - Eu percebi que é melhor pararmos por aqui. - Mas por quê? Pensa direitinho! Nós dois só temos a ganhar com isso! Você vai t... - Não! Não é assim! Eu sou professor... não posso levar isso adiante e você sabe disso! - Mas, Paulo, não dá para simplesmente cortar nosso relacionamento assim... - Tem que dar! É melhor cortar isso logo, antes que eu me meta em confusão! - É realmente isso que você quer? Romper nossos vínculos?? Tudo isso não teve importância pra você? - Querer eu não quero, mas é preciso!! Deu pra entender?! - Calma! Não precisa se alterar... - Desculpe. Ser professor é um estresse... os alunos me deixam um caco. - Uhum. Percebo como é. - Mas voltando ao assunto, não dá mais... - Por que não dá? - Já disse. É melhor parar antes que isso me cause problemas. - E que problemas isso te causaria? - Você sabe que eu sendo um pobre professor de ensino médio teria sérios problemas... - Pensa bem! Pensa em tudo que você vai estar deixando para trás! - Eu não posso fazer nada! Tenho que pensar em mim. Não vou correr riscos! - Então está bem. Pode ter certeza de que não vou mais te incomodar. Tenho outra ligação, vou precisar desligar. Boa noite! - Boa noite... (...) - Mastercard, Rosana, em que posso ajudar?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Obrigado, Galinho!

Milton Neves entrevista Zico. Não sou fã do jornalista, mas do galinho, não preciso nem falar. Aí o motivo de estar assistindo ao programa. Minha mãe senta no sofá assistindo, quando Milton Neves encerra a entrevista falando: - Nem chorei! Minha mãe pergunta num tom, ao meu ver, irônico: - Não chorou... Por quê? Deveria ter chorado? Isso me fez pensar em como me comportaria se eu estivesse ao lado do Zico. A primeira resposta foi quase que imediata: “Não... para de pensar bobagem, Rafael. Eu, do lado do Zico... impossível, ele não é deste mundo! É de outra dimensão!” Mas meu pensamento mantinha-se insistente: “Ah! É apenas uma suposição! Imagine que por um mero acaso eu tenha conseguido estar ao lado do Zico. O que eu faria?” Mais uma resposta rápida: “Nada”. E era exatamente isso que eu faria. Provavelmente ficaria sem ação, embolaria palavras, e obviamente ficaria emocionado. Lembraria de tantos e tantos gols não presenciados, mas vistos repetidamente. Lembraria de tantas e tantas histórias contadas por meu tio Zé Carlos e adoradas por mim, que me deixavam (e ainda deixam) desgostoso de não ter nascido 15 ou 20 anos antes, porém orgulhoso de ser flamenguista. Lembrei de parentes e amigos, tão flamenguistas quanto eu (mais é impossível), com quem por tantas vezes dividi a vontade de ter visto o Zico jogar e, principalmente, de ter vivido a melhor fase do Mengão. Lembrei que me emociono facilmente vendo as entrevistas do Camisa 10 da Gávea, e também assistindo aos jogos beneficentes organizados por ele. Aí, então, voltei à realidade e respondi minha mãe, provocando: - Claro, se fosse eu ao lado do Zico, certamente choraria... como um botafoguense ao término de um campeonato! E pensei comigo mesmo: “Obrigado, Zico! Por tudo que você foi, é e sempre será! E obrigado tio Zé Carlos, por ter me apresentado a alegria de ser rubro-negro!”

terça-feira, 10 de junho de 2008

Haja coração! E haja saco!

Para quem gosta de assistir jogos de futebol pela TV, o narrador tem tanta importância quanto o centroavante do seu time. É bom quando o narrador realmente entende de futebol, narra passando aquela emoção (sem exagero) que faz você se sentir no estádio e não fica falando bobagens durante o jogo. Mas as opiniões sobre os narradores mudam de acordo com o telespectador. Um bom exemplo disso é Galvão Bueno. Considerado por muitos o melhor narrador da televisão brasileira. Considerado por tantos outros o pior castigo para suas manhãs e tardes de domingo. Eu, por exemplo, fico muito nervoso durante os jogos do meu time, mas quando sei que o narrador vai ser o Galvão, fico nervoso ANTES do jogo! Chega a ser engraçado: ligo a televisão para assistir ao jogo, ou à corrida. Deveria pensar: “Será que meu time vai ganhar?” ou “Será que o Rubinho vai quebrar hoje também?”. Mas não. Meu primeiro pensamento é “Será que é o Galvão quem vai narrar?” e ainda faço cara de desânimo. E o pior é que ele está sempre narrando: futebol, volei, fórmula 1, bocha, peteca... Se preparem para as Olimpíadas de Pequim. Eu já estou até ouvindo ele narrando um salto errado: “Partiu Jade Barbosa pro seu segundo salto, pulooou! Pequim 2008, a Globo é mais Brasil!”. Mas por qual motivo alguém não gostaria do Galvão narrando? Além de passar mais tempo brigando com o Arnaldo e conversando com o Falcão, abaixo cito e comento algumas frases que dão vontade de desligar a TV quando ouvidas: “Chutou com a perna que não era a dele.” (Não pode! É falta!! Devolve agora!) “É duro pro goleiro jogar com o campo molhado, porque a bola quando bate na água ganha velocidade!” (É verdade... se for à praia de Ipanema e chutar uma bola em direção ao mar, em 30 minutos ela chega lá na África.) Em uma partida de vôlei: “Uma bela paralela cruzada.” (Quê??!! Nada a declarar!) “Nessa tarde de Fla-Flu, Flamengo e Fluminense estarão entrando em campo daqui a pouco…” (Sério?! Tinham me falado que este Fla-Flu seria entre Santos e Vasco!) “Ah! Eles estão grampeando a cabeça dele. Tomara que seja algum tipo de grampo cirúrgico...” (Se for o Valdir Papel pode ser grampo normal mesmo!) “É, meu amigo, Brasil e Argentina é sempre Brasil e Argentina.” (Mentira! Semana passada eu vi um Brasil e Argentina entre Japão e Rússia!) “O Dida gosta de pegar pênalti.” (Gosta nada... Olha a cara dele, nem comemora...)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Cultura: A gente vê por aqui!

Fim de expediente. Dois amigos resolvem sentar em um barzinho para tomar uma cerveja e bater papo. A conversa rola lépida, fagueira, serelepe e pimpona, até que começam a falar sobre política e economia. Depois de alguns minutos debatendo, ocorre o diálogo a seguir: - Mas afinal, o que é Mercosul? - Como assim? Todo mundo sabe o que é Mercosul! - Então me diz! Se é tão simples... Neste instante, o silêncio toma conta da mesa dos dois amigos. Por mais barulhento que seja o ambiente, os dois não escutam nada. Até que um toma coragem e responde: - Mercosul é um título que o Flamengo conquistou em 1999, após uma final emocionante contra o Palmeiras, em pleno Parque Antártica. Mas como se trata de um título de cunho internacional, não espere que times como o Botafogo, por exemplo, entendam do que se trata. - É... Um brinde à Mercosul de 99! E nunca mais voltaram a tocar no assunto. Pois é, meu caro amigo, coisas assim acontecem todos os dias, com todos os tipos de pessoas. Portanto, não se assuste se um dia se deparar com uma conversa parecida com a anterior ou com a seguinte: - Mas o que é essa tal de ALCA que tanto falam? - Acho que é um apelido carinhoso para as pilhas alcalinas. - Vivem perguntando se sou a favor ou contra... - Claro que sou a favor! Como meu radinho funcionaria sem elas? Ele não tem entrada pra bateria e nem fio pra tomada... (Agradecimentos ao amigo Gabriel, que de uma brincadeira me fez ter a idéia acima.)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A verdadeira Batalha dos Aflitos



No último domingo, durante a partida entre Náutico e Botafogo, o zagueiro alvinegro André Luiz se descontrolou após ser expulso pelo juiz Wilson Luiz Seneme e fez gestos obscenos para a torcida do Timbu, além de chutar uma garrafa, atingindo alguns torcedores.
Logo depois o jogador se dirigiu ao banco de reservas, o que não é permitido, já que havia sido expulso.
A polícia tentou retirá-lo do campo, mas André Luiz reagiu e teria ofendido uma policial. Esta, por sua vez, deu voz de prisão ao jogador, por desacato.
Tudo virou uma confusão generalizada: policiais tentando prender André Luiz e jogadores do Botafogo tentando proteger o zagueiro, que tentou fugir pelo vestiário, mas o mesmo estava trancado.
Quando enfim o jogador aceitou sair com os policiais, foi levado por entre a torcida do Náutico.
Neste momento, o presidente do clube carioca tentou intervir e também foi levado pela polícia ao Juizado Especial do Torcedor, sob a mesma acusação do jogador.
Tanto André Luiz, quanto Bebeto de Freitas, foram condenados a pagar 25 salários mínimos. O jogador aceitou a pena, mas o presidente não, portanto o seu processo será levado ao Ministério Público.
Quem está certo nessa história toda?
Na minha humilde opinião, NINGUÉM.
André Luiz não tinha motivo para reclamar da expulsão e, pior ainda, nada justifica os gestos obscenos em direção à torcida e nem o desacato à policial.
A polícia deveria ter se mantido fora da situação (a não ser que sua participação tenha sido solicitada), quem tinha a responsabilidade de encaminhar o jogador para o vestiário era o quarto árbitro. E por mais que este pedisse a contribuição da polícia, não justificaria a forma truculenta com que agiram contra os jogadores do Botafogo, chegando a utilizar spray de pimenta. Também foi uma decisão infeliz tirar o jogador do campo pelo meio da torcida do Náutico, expondo o mesmo.
Os jogadores do clube carioca também não deveriam tentar intervir. Essa atitude só contribuiu para generalizar a confusão.
Já o presidente do Botafogo, tinha todos os direitos de se sentir ofendido com a forma que seus jogadores foram tratados, mas perdeu a razão quando se dirigiu de forma rude aos policiais, empurrando, sendo empurrado e falando coisas que não deveria.
A uma conclusão pode-se chegar: André Luiz deve ser punido (e 25 salários mínimos não bastam, falta a suspensão), assim como os policiais.
Mas já ouvi falar em perda de mando de campo para o Náutico. Só não entendi que culpa tiveram os jogadores e o clube pernambucano nesta história.
A minha dúvida maior nesta situação toda é: teria sido tudo da mesma forma caso o jogo fosse contra o Vasco de Eurico Miranda??? (Nada contra o time da colina, mas sim contra sua administração).


Rafael Brasil