sábado, 19 de junho de 2010

Submissão

Você pode fazer comigo o que quiser. Confesso que nunca reclamarei nem negarei uma vontade sua. Aceitarei tudo, submisso que sou.
Pode me rasgar elogios e eu não lhe darei nenhum sorriso.
Pode tentar me dobrar durante conversas embaraçosas e eu não lhe cobrarei explicações.
Pode me dar amassos e depois jogar-me ao chão e eu não implorarei por sua atenção.
Desconte em mim todas as suas raivas, culpas, mas não me deixe de lado nos seus momentos mais felizes, mesmo que eu não reclame se você o fizer.
Não darei importância se, algum dia, você me impuser responsabilidades, culpando-me por qualquer coisa absurda, como o desmatamento, a poluição ou até mesmo um simples corte no seu dedo.
Também não ligarei se, logo depois de todas essas acusações de pouco fundamento, você vier correndo me procurar para satisfazer suas vontades.
Eu apenas gostaria muito que você percebesse que eu dependo de você; eu sou você. Afinal, sem seus medos, sonhos, conquistas, emoções e todo o resto, eu seria, para sempre, nada mais que uma simples folha de papel em branco.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Calor

Sabia que era a mão dela.
E isso foi confirmado pela voz que ouvira.
Mas, talvez, não tivesse sido preciso ouvir a voz, já que aquela era a única mão capaz de transmitir tanto calor a ele e, ao mesmo tempo, fazer com que as mãos do rapaz tremessem ao tocá-la.
Enquanto agradecia, de forma silenciosa, por mais um pedido atendido, o rapaz concentrou-se nas palavras ditas pela moça, ainda com as mãos juntas a dela.
Alguns segundos, ou talvez minutos, horas ou dias depois, lentamente as mãos deles foram se distanciando.
Os olhares se cruzaram e houve uma troca de sorrisos tímidos, sem que nada mais precisasse ser dito. Pelo menos para ele.