segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Justa homenagem

Dia 6 de dezembro de 2009. Um dia para ficar marcado na história. Um dia que eu nunca esquecerei. Flamengo, campeão brasileiro pela sexta vez. Uma das maiores alegrias que eu já tive na vida, se não a maior. E essa alegria só é possível por conta de algumas pessoas, as quais devo agradecer. Entretanto, uma delas em especial. Talvez fosse diferente caso essa pessoa não tivesse, indiretamente (ou não), exercido uma influência para minha escolha futebolística. Foi ele (sim, é um homem) quem me levou ao Maracanã pela primeira vez. Lembro-me de detalhes como se tivesse sido ontem: o pedaço de esparadrapo colado na parte interna da camisa rubro-negra, no qual estavam escritos o endereço e o telefone dele (confesso que fiquei com certo medo quando ele disse que era uma medida para caso eu me perdesse); subimos juntos a rampa do Maraca com ele me ensinando a cantar os versos: "Oh, meu Mengão! Eu gosto de você! Quero cantar ao mundo inteiro A alegria de ser rubro-negro Conte comigo, Mengão! Acima de tudo rubro-negro!" E eu nunca mais esqueci essas palavras. Foi da boca dele que eu ouvi inúmeras histórias sobre um time que encantava a todos. Um time que ganhava títulos e mais títulos, de todas as formas. Brasileiro, Libertadores, Mundial, tudo. E eu cresci me perguntando se um dia teria a oportunidade de ver um Flamengo como aquele que ele descrevia. Fui crescendo e foram inúmeras ligações para ele após o término dos campeonatos, para comemorar títulos cariocas, Copa do Brasil, Mercosul, Copa dos Campeões. Mas nada que se comparasse às histórias que ele ainda contava. Uma dessas ligações é especial. A que ele me fez logo após a final do Campeonato Carioca de 2001. Ouvi, do outro lado da linha, em meio a soluços e lágrimas as seguintes palavras: "Rafa, esse dia é para você não esquecer nunca mais! Pra você aprender que nada é impossível, não só no futebol, mas em qualquer momento da vida!" E eu realmente não esqueci. Mas, voltando ao assunto principal, ontem, recebi mais uma dessas ligações. O meu time tinha acabado de ser hexacampeão. Eu estava, finalmente, vivendo uma daquelas histórias que ele me contava, já tinha chorado demais e já estava mais controlado. Foi quando o meu celular tocou. Tirei-o do bolso e vi o nome dele na tela. Isso foi suficiente para que mais de uma década de espera se transformasse em lágrimas, que teimaram em molhar minha face. Atendi, pretendendo falar um monte de coisas para ele, só que a emoção não deixou. Ouvia ele falando e conseguia apenas responder com algumas palavras. Depois que desligamos, fiquei mais um tempo chorando e pensando o quanto queria estar ao lado dele naquele momento. E é por isso que estou escrevendo aqui hoje. Para dizer tudo aquilo que eu queria ter dito ao telefone, mas que, muito emocionado, não consegui. Se hoje eu vivo uma das maiores alegrias da minha vida, devo muito disso a você. Se hoje eu sou hexacampeão brasileiro, você tem uma grande participação nisso. Obrigado por tudo, Tio Zé Carlos!

3 comentários:

Anônimo disse...

poucas pessoas merecem uma homenagem tão linda como essa, ainda mais depois da emoção de ver o Flamengo conquistar o hexacampeonato. :)

Ana Abreu disse...

Que lindo!!!!!!!!!
você já mostrou isso ao seu tio neh?
se não, trate de imprimir ao coloca-lo de frente ao pc.
abraços!

Anônimo disse...

Lindo texto, e com certeza vc não é o único que deve esse agradecimento ao meu pai. Eu e toda a nossa geração da família que é flamenguista (ou seja, a maioria), principalmente o Rodrigo, que era botafoguense e virou a casaca (imagina quanto sofrimento pra ele hoje heauheauheauhea) devemos a ele!

E pode ter certeza de que muitas alegrias ainda virão, para a nossa e para a próxima geração, pela qual seremos responsáveis!

abraço!