quinta-feira, 14 de maio de 2009
Noite de chuva
A chuva caia e batia na janela do quarto onde ele estava deitado.
Sem conseguir dormir, ele apenas observava as gotas escorrendo pelo vidro.
Já era mais de onze horas da noite e ele ainda estava envolto em seus pensamentos.
"Não... Eu não posso estar sentindo isso. Como assim? Será que é de verdade? Ou é apenas algo passageiro? Passageiro?? Claro que não! Algo passageiro não deixa tanta saudade assim... Tanta vontade assim. E eu aqui! Deitado, sem dormir e sem ela! Por quê? É, por quê?"
E ele levantou de sua cama, pegou uma camisa no armário e saiu de casa correndo. Pouco importava se estava com calça de dormir e de chinelos, muito menos se estava chovendo. Só queria encontrá-la.
Correu pelas ruas desertas por volta de vinte e cinco minutos, até que chegou à rua dela. E só então percebeu que sabia em que rua ela morava, mas não fazia idéia de qual era a casa. Não teve dúvidas, começou a gritar por toda a rua:
- Mariana! Mari!!
***
Sem conseguir dormir, ela apenas observava as gotas escorrendo pelo vidro.
Já era quase meia-noite e ela ainda estava envolta em seus pensamentos.
Tais pensamentos foram interrompidos por gritos vindos da rua.
- Mari! Cadê você? Mariana!!
Ela levantou o mais rápido que pôde, vestiu seu robe e foi em direção à sala.
Chegando lá, deparou-se com seu pai de cara fechada. Ele a encarou e disse:
- Você não vai sair pra falar com esse louco!
***
Ele havia percorrido a rua toda gritando. Alguns vizinhos acordaram, e ele foi chamado de algumas coisas nada agradáveis. Porém, para ele nada importava. Não ligava de ser taxado como louco, muito menos de se molhar na chuva. Só o que queria era vê-la.
Entretanto, não conseguiu encontrá-la e, entristecido, resolveu voltar para casa.
Já estava andando no início da rua quando ouviu:
- Gabriel!!
Ele virou-se e a viu. Mariana caminhava em sua direção.
- O que você faz aqui? - perguntou a garota.
- Precisava te ver.
- E era realmente necessário acordar todo mundo?
- Eu não sabia qual era a sua casa... Foi a única saída que encontrei... - justificou o rapaz, abaixando a cabeça.
- Enfim, o que você quer?
- Eu? Er... Só queria... Ahn... Sabe, eu... - respirou fundo e continuou - Quando eu imaginei era tão mais fácil...
Mariana sorriu e chegou mais perto.
- Fala, Gabriel...
- Eu... Eu te amo, Mari...
Ela abriu mais ainda o sorriso e o beijou.
Um beijo sincero. Molhado pela chuva e banhado de amor. Foi o melhor momento da vida dos dois.
- Eu também te amo! Mas agora tenho que voltar para casa. Meu pai não quis me de deixar sair e eu tive que fugir pela janela.
- Você fugiu por mim?
- Ué... Você não veio até aqui, embaixo de chuva, por mim?
Os dois sorriram, se abraçaram e voltaram para suas casas.
Nunca foi tão fácil dormir. Ele sonhou com ela. Ela sonhou com ele.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário