quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cinco segundos

Cinco segundos. Passa tão rápido que nem ligamos. É normal ouvirmos "Ah... Faz agora! Não leva nem cinco segundos!". Porém, em algumas situações, cinco segundos parecem uma eternidade. Quando se está jogando futebol, por exemplo. O lateral cruza a bola para você. É impressionante como, em menos de cinco segundos, você é capaz de pensar em inúmeras possibilidades do que fazer com a bola: dominar no peito, cabecear para o gol, dar de voleio, ajeitar para quem está vindo de trás chutar. O mundo pára... Os cinco segundos parecem cinco horas. E o pior: na maioria das vezes, de tanto pensar, você acaba se enrolando quando a bola chega a você. Outra situação pode ser quando você esta junto de uma pessoa querida, na calçada, esperando uma oportunidade de aravessar a rua. Até que, em um dado momento, essa pessoa resolve atravessar. Cinco segundos! Quando você percebe, tem um carro indo na direção dela. Você entra em pânico. E os próximos cinco segundos são tão angustiantes que o carro, por mais rápido que esteja, parece estar em câmera lenta. Você lembra de muitas coisas que passou junto com essa pessoa, tem vontade de correr e pegá-la no colo, salvando-a. Mas, aí, ao final dos cinco segundos, o carro passa, a pessoa sobe a calçada do outro lado da rua e sua vida, tirando o susto, volta ao normal. E por que estou escrevendo sobre isso? Aposto que, em cinco segundos, você formulou uma série de hipóteses, no entanto, é mais simples do que parece. Tudo não passa de uma introdução para mais uma "situação de cinco segundos". A festa já estava pela metade quando ele, apoioado na parede, a observava dançando. Não desviava os olhos dela, até o momento que ela também o olhou. Seus olhares se viram um no outro. Cinco segundos! Um tempo que pareceu a eternidade. Ele não ouvia a música tocando. Não percebia o movimento das pessoas ao seu redor. Pouco lhe importava as luzes piscando no ambiente. Só conseguia ver os olhos dela em seus olhos. E, ao final dos cincos segundos, ela sorriu e virou-se para continuar a dança. Mas o rapaz teve uma certeza: ele foi dela por cinco segundos. E seria nos próximos cinco segundos! E nos cinco segundos depois! E nos infinitos cinco segundos que viessem.

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